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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

brinquedo pra montar

estava pensando em como cada pessoa é cada pessoa.
estava pensando nisso pois é o que estava/está em pauta no meu cotidiano nos últimos dias. uma série de acontecimentos desembocam no assunto.
foi então que veio em minha mente o seguinte trecho: "cada um é cada um e cada qual é cada qual, dentro de nós existe tudo: o melhor e o pior, o caminho, a saída é na vida uma eleição. brinquedo pra montar, brinquedo pra montar, não somos objetos que se podem manejar".
tocava na época em que eu assistia chiquititas, há pelo menos 15 anos atrás. Não sei exatamente, só sei que o trecho ficou guardado inteirinho em algum lugar de mim. juntamente com o que vivi dessa época, as emoções que vivi; guardado como num compartimento minúsculo que não deixa de fazer parte de mim, do que sou, do que fui, do que talvez não seja mais, ou seja mais do que posso pensar...

concordo que é uma musiquinha aparentemente inocente, mas me veio como um estalo.
não somos de maneira alguma seres iguais, nem objetos (ainda que crianças), nem podemos ser usados da maneira que extasiaria outra pessoa.

nem tudo que parece é; nem tudo que desejamos tem de se concretizar; nem tudo que esperam de nós, será (na  verdade muito pouco disso). passamos aos outros, mesmo aos mais próximos, coisas que não desejaríamos que eles captassem; esforçamo-nos por passar algo claramente a alguém, e muitas das vezes fracassamos e logramos um resultado totalmente oposto, distorcido. simplesmente porque o outro é tudo menos nós mesmos: pensa diferente, vê diferente, surta diferente, sente de uma outra maneira que não corresponde à nossa intenção.

olhei pro céu, consegui pensar; foi somente um pequeno lapso. o suficiente pra encher minha vida de vida, meu coração de esperança, meu desânimo em alegria: ainda há vida, há estrela, há muito amor, ainda há. 
ainda que para o outro nada exista, apenas ilusão, que pode ser tudo.

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