o mundo vai muito além do umbigo

Não.

eu cansei de imaginar o ser humano como ruim, egoísta, corrupto por natureza.

tudo bem, nosso umbigo é, às vezes, um pouco grande demais; mas isso tem outro nome: medo!

ninguém quer sair do espaço confortável ao redor do umbigo para se aventurar em mergulhar no outro. vai que esse outro não é como desejaríamos que fosse (o que na grande maioria dos casos vai ocorrer), vai que esse outro nos leve a pensar em questões com as quais não queremos trabalhar, vai que esse outro nos magoe, nos desafie, seja melhor, mais criativo, mais espontâneo, mais cativante. medo medo medo.

pra que arriscar-se?

não somos egoístas, somos medrosos.

exige esforço conhecer pessoas, manter contato com elas, construir uma relação de confiança. exige muito de nós, e no fundo, somos preguiçosos; totalmente diferente de egoísta, ruim, lobo...

mas quando você enxergar que ficou com medo à toa, quando vê que aquele esforço valeu tanto a pena que você atravessaria de novo as barreiras para sair da zona de conforto, quando você vê que as pessoas com as quais você manteve o contato te dão um retorno precioso e que sem elas você ainda viveria mas que sem uma delas seu caminho seria fatalmente outro; quando toda essa descoberta se desenha diante de você, o medo ainda prevalece, mas você já sabe lidar com ele de outra forma. você pisa nele, supera-o.

e o esforço não para por aí, ele é constante, infinito. cada vez que se supera o medo, se recebe a recompensa. e ao longo da vida serão muitas as recompensas, sempre proporcionais ao número de vezes com que você se esforçou em enfrentar o medo e conseguiu vencê-lo.