Páginas

quinta-feira, 3 de julho de 2014

que privilégio sermos um universo!

às vezes me pego tentando decifrar o que as pessoas pensam e sentem; a curiosidade vem de observar como as pessoas vivem, se relacionam, agem...
o incrível disso tudo é que como é que eu quero decifrar alguém, se muitas vezes a própria pessoa se desconhece? afinal, temos um mundo de experiências, sentimentos, inconscientes e confusões dentro de nós mesmos.
não há problema em sermos tomados pela curiosidade a respeito das outras pessoas, mas talvez a melhor forma de conhecê-las seja trabalhar paralelamente com o que somos nós mesmos.

penso que nós nos assemelhamos com os lugares a que nos dirigimos. primeiramente olhamos para um tanto de superficialidade, que pode muito bem nos atrair ou causar recusa. Depois, andando por um local específico, percebemos melhor o ambiente, o que contém nele, como ele funciona, como as pessoas circulam e percebem este lugar. Podemos passar aí alguns dias e a cada vez que pensamos, temos a consciência de ainda saber muito pouco sobre ele... Podemos aí viver por um ano ou mais, e muito do que ele contém será ainda ignorado por nós. Vivemos os anos de nossa aí, e ainda muito será negligenciado, porque esse lugar que pensamos conhecer "como a palma de nossa mão" está em constante mudança.

eu acho isso incrivelmente lindo, e ao olhar pra mim, vejo que funciono mais ou menos desta forma; morrerei sem ter explorado o suficiente, talvez sabendo pouquíssimo a respeito de mim mesma; de mim, que vivo o tempo todo comigo! imagine só o que saberei das pessoas com quem convivo, e ainda das pessoas com as quais tenho pouco contato, e ainda daquelas que mostram muito pouco de si! e a coisa não tem fim, felizmente ou infelizmente.

somos múltiplos, indecifráveis, desconhecidos.

mas me atrevo a dizer que felizmente as coisas são assim. todos temos segredos, todos esforçamo-nos por esconder algo ou por esconder-nos simplesmente, mostrando só aquilo que desejamos, ou pensamos que mostramos só o que desejamos, porque muita coisa nos escapa e aí, não há muito como voltar atrás.
mesmo o nosso melhor amigo é um mistério para nós. e aquilo que escondemos de nós mesmos? e o que recusamos de nós mesmos por medo de lidar?

essa reflexão é infinita, isso de minha parte. por parte de outros, serão outras infinitas reflexões.


Nenhum comentário:

Postar um comentário