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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

sobre o pensar interno.

como eu funciono?
tenho me pegado pensando nisso. mas pensado superficialmente, pois é dificílimo pensar profundamente. ao menos pra minha experiência é penoso pensar sobre como eu funciono.
sei dos subterfúgios que adoto, dos instrumentos dos quais disponho para não pensar sobre coisas realmente íntimas e que dizem respeito ao que levo aqui dentro e que escapam daqui: sobre o relacionar-se com os outros, como desempenho as tarefas necessárias para me sentir útil (principalmente o inacabado, que ficou pra depois), quais os eventos que me trazem sofrimento, quais os que me trazem bem-estar, e assim a lista se torna bem longa (não vou me alongar).

por quê é tão difícil refletir sobre nós mesmos?

olho pro céu, ele está de um azul claro e limpo. olhei mais pra cima e vi um urubu voando em círculo, vi uma pomba ao longe cortar o imenso azul e também um pássaro branco (que beleza simples aquele movimento criava!), também vi o formato da lua no céu ensolarado e resolvi perseguir uma nuvem que o vento movimentava. cheguei a uma conclusão: quão difícil é pensar.

para isso NÃO servem os livros, as músicas, a bebida, o chá, o que como, as artes,...
tudo isso são recursos que nos desviam do pensamento.

para não pensarmos, nos debruçamos sobre os filósofos, que já fizeram isso por nós (pois pensaram sobre o que os inquietava), para não pensarmos em compor uma música é que ouvimos canções que nos são interessantes (os compositores, os cantores, os músicos em geral já fizeram por nós, já pegamo-nas prontas), para não pensarmos nos embebedamos, nos entorpecemos, nos dopamos. é tarefa exaustiva pensar, é doloroso compreender como causamos/foram causadas nossas feridas,...
por isso me inquieto de estar só comigo mesma, necessito pessoas com quem conversar, objetos com os quais posso interagir, livros nos quais posso mergulhar no universo de alguém. e quanto ao meu?

cadê meu universo?

tenho me distanciado dele, negligenciado o que me pertence porque parece insuficiente, limitado, obscuro.
e o universo de quem é completo, ilimitado e claro?

o tempo todo nos enganamos. que me perdoem por utilizar a 3ª pessoa, é um vício meu.
jamais estamos sós, temos a nós em quem explorar. e aí todo o resto fará mais sentido, as nossas relações serão muito mais encantadoras.

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